Olá pessoal. Ontem tive uma
conversa com uma pessoa, que óbvio não vou revelar quem, nem onde, por várias
razões e motivos, enfim, o que vai importar é o conteúdo da conversa e não seus
personagens. Estávamos falando sobre vida, trabalho e satisfação no que esta
pessoa me disse estar um pouco descontente com aquilo que faz e planeja mudar
logo de vida. Nessa perspectiva resolvi perguntar o que significava o mundo? A
resposta foi: O mundo é isto. Perguntei isto o que? Levantou os braços e
apontou para as coisas ao nosso redor. Perguntei de novo, Se explique melhor,
não estou entendedo? Ai tive outra resposta, o mundo é o que existe, o real.
Que coisa legal essa resposta, a partir daí não
consegui mais parar de pensar sobre o assunto e, cheguei a algumas conclusões
que podem estar certas ou erradas. Mas, vejamos: O mundo para esta pessoa são
as coisas que existem e são reais, portanto, é o que ela vê, pega, sente,
cheira e etc., assim o mundo para esta pessoa é a leitura que ela faz das
coisas ao seu redor. Dessa forma penso eu, que o mundo torna-se subjetivo, ou
seja, está sujeito a pessoa, que cria e passa a viver nesta realidade criada,
logo, neste caso existem vários mundos, por quê? Dependendo da minha leitura de
mundo, o meu pode ser diferente do seu. Uma pessoa que vive no deserto, onde só
vê areia, vento, calor, e etc., terá uma concepção de mundo bem diferente do
mundo de uma pessoa que vive em uma cidade grande. Assim também, toda a
realidade de vida dessa pessoa passa a ser a leitura do que ela faz dos
fenômenos que a cercam e das conclusões que ela chega, ou seja, a verdade dela
pode ser diferente da verdade das demais, opa, isso pode explicar muita coisa
sobre o modo das pessoas pensarem, bem como, o porquê delas acreditarem em
determinadas coisas e em outras não. Assim, penso eu que o problema desse tipo
de pensar é que, tanto, o mundo como a verdade e demais coisas são criados a
partir da subjetividade de cada um, o que me leva a idéia de que tudo é
relativo, uma determinada coisa pode ser assim e assado para mim e para você
não. Acho isso um tanto quanto perigoso, pois se tudo é relativo, logo minhas
ações, sejam elas boas ou más, serão justificadas pela minha visão de mundo. As
ações boas são louváveis e bem vindas, já as más, muitas vezes terão conseqüências
ruins para a pessoa que pratica como para as pessoas que sofrerão tais ações.
Pois se tudo é relativo, também tudo é permitido desde que eu tenha feito a
minha leitura e tenha me convencido de que aquilo vale à pena realizar.
Por outro lado, temos a teoria platônica sobre o mundo,
que diferente do que expus acima, não parte de uma concepção de criação da realidade,
mas parte da concepção de que a realidade é acessada, ou seja, para Platão este
mundo aqui é somente aparente, sensível, portanto imperfeito. Existe assim um
mundo perfeito, que Platão chama de mundo inteligível ou supra-sensível e,
neste mundo perfeito, onde tudo é perfeição, Platão concebe idéias perfeitas,
mas ou menos assim: quando penso em cadeira, tenho a idéia de um objeto que
serve para sentar, que tem um encosto para escorar minhas costas, que tem uma base
fixa onde me apoio e assim não caio no chão, a idéia de cadeira perfeita. Já a
representação de cadeira no mundo sensível é imperfeita, porque é apenas uma
cópia da idéia perfeita e sofre mutações tipo: pode ter quatro pernas, ou três,
pode ser acolchoada ou não e coisas e tais. Porém a essência de cadeira
continua, quando lhe falo a palavra cadeira o que vêm a sua mente é a essência de
cadeira e não as muitas formas e modelos de cadeiras que por ai possam existir.
Acho que me fiz entender, vamos avante. Portanto, para Platão existe uma essência,
uma idéia absoluta de cadeira, que é a perfeita, dessa mesma forma existe uma essência,
uma idéia de verdade absoluta, opa, portanto para Platão existe não uma verdade
relativa, mas sim uma verdade absoluta, que serve de modelo para o mundo
sensível, uma verdade um critério em que os homens devem basear seus
pensamentos e intenções, tipo uma regra a seguir ela não pode oscilar, ser ao
mesmo tempo absoluta e relativa, é uma verdade segura e sem engano, parece mais
um dogma. Assim, penso eu, que a realidade do mundo não é mais a leitura que
faço dele nas coisas reais e existentes, mais a leitura que eu acesso dele no
mundo inteligível. E como isso se dá? Pelo processo que Platão chama de
reminiscência, anamnese, ou seja, lembrança do que a alma contemplou quando
ainda estava no mundo inteligível e tinha a visão direta das idéias perfeitas. Portanto,
partindo desta teoria posso dizer que o conhecimento é inerente ao homem,
bastando para tanto acessá-lo no mundo inteligível por meio de esforço, estudo
e ai lembrar o que ele já sabia antes mesmo de nascer. Assim seguindo o
raciocínio de Platão, nossas ações não podem ser realizadas ao bel-prazer, mas
terão de seguir uma ordem de justiça, de belo, de verdade e etc., que são
idéias absolutas.
É agora, quem está certo? Confesso que não sei
responder e pra ser sincero acho que talvez nunca chegarei a saber, mas
enquanto isso, sigo minha vida pensado sobre o assunto e refletindo como posso
ajudar as pessoas em suas jornadas por este mundo, que dependendo do modo de
pensar pode ser uma coisa para um e outra coisa para outro.
Edney Silva
Se tal pergunta fosse feita a mim ( o que é o mundo? ), eu diria que ele é tudo aquilo que está relacionado com os 5 sentidos (Visão/ver as coisas; Olfato/sentir o cheiro das coisas; Audição/ouvir as coisas; Paladar/sentir o gosto das coisas e Tato/sentir a forma das cosias). Porém, eu acrescentaria que o mundo não é só o físico, mas sim também o abstrato, ou seja, aquilo que você não pode ver.
ResponderExcluirDeus, por exemplo é um grade exemplo disso. Nós não o vemos, mas sabemos que ele existe. Os nossos sentimentos interiores como o amor e o ódio fazem parte do nosso mundo, porém não o vimos. Resumindo, o mundo (para qualquer ser humano) é o casamento do mundo real (físico) com o mundo imaginário (abstrato). Ninguém vive apenas só com um deles.
Mesmo com essa particularidade em comum com todos os seres humanos, a visão de cada um pode divergir em sua maneira, como fora dito no texto. O tipo de meio em que vivemos contribui para uma visão restrita ou ampla das cosias. Um a pessoa que tem condições de conhecer novos lugares, descobrir novas culturas e tem como a leitura um hábito em sua vida tem uma visão totalmente diferente de quem, por exemplo, passou a vida toda morando no campo sem ter nunca sequer posto os pés em uma cidade grande.
A título de esclarecimento, não estou aqui discriminando ou dizendo que uma pessoa mais viajada e culta seja melhor de quem não teve as mesmas oportunidades, mas sim que ambas tem visões diferentes do mundo, como um todo, por conta do meio (restrito ou amplo) em que vivem ou viveram.
JOSUÉ LIMA
Muito bem meu amigo Josué Lima, mais uma vez você compreendeu a lógica do texto e de modo eficiênte você emitiu sua opinião, continue sempre assim.
ResponderExcluirUm grande abraço e até a próxima.