sábado, 8 de agosto de 2015

segunda-feira, 16 de março de 2015

Diógenes, o Filósofo do barril.

Bom dia a tod@s

Nestes dias estava eu tranquilo e calmo, revisando alguns tópicos de filosofia como sempre o faço quando deparei-me com um vídeo já antigo que tenho, intitulado de "Projeto Paidéia na Escola", por sinal muito bom, e como quase sempre acontece, sinto uma necessidade enorme de escrever, pois gosto muito, não sei se quem recebe gosta de ler, mas das duas uma: ou haverá concordância com o que escrevo e, neste caso pude contribui para aumentar seu conhecimento sobre algo ou alguma coisa, ou haverá discordância e, neste caso ficarei feliz em receber suas críticas e assim quem terá o conhecimento acrescido será eu.

Assim, sem mais delongas vamos ao cerne do assunto, o vídeo em questão trata sobre um período da Grécia antiga ou clássica, denominado de Helenismo, não vou entrar em muitos detalhes, mas em poucas palavras helenismo foi o período em que a língua e a cultura grega eram comuns aos três grandes reinos helênicos, a saber; a Macedônia, a Síria e o Egito, assim desparecendo as fronteiras entre os diferentes países e culturas, povos gregos, romanos, egípcios, babilônicos, sírios e persas foram reunidos em uma só culturra, usavam a mesma moeda, falavam o mesmo idioma, viveram assim o que nós chamamos hoje de globalização. Nesse período surgiram algumas Escolas Filosóficas, dentre as quais destaco o Epicurismo, o Estóicismo e os Céticos, porém desejo falar um pouco aqui dos Cínicos.

Os Cínicos foi uma Escola Filsófica criada por Diógenes, também chamado de filósofo do barril. Pois bem os cínicos em poucas palavras, diziam o seguinte: Que a felicidade não dependia de luxo, poder político, ou uma boa saúde, para eles a verdadeira felicidade consistia em se libertar dessas coisas casuais e efêmeras, dessa forma por não estar a felicidade nestas coisa é que ela poderia ser alcançada por qualquer pessoa, poderia ser alcançada por todos que a buscassem e, o melhor depois de alcançada a felicidade não poderia ser mais perdida. Acho muito interessante o modo de pensar desta escola filosófica, a maneira como eles entendia a felicidade sem luxos ou poder terreno, mas pelo contrário a felicidade se achava nas coisa simple da vida, uma espécie de negação da ostentação.

Bem vou falar um pouco do fundador da Escola, Diógenes vivia dentro de um barril, não possuía mais do que uma túnica, um cajado e um embornal (saco ou bolsa usada a tiracolo) de pão, dizem alguns que vivia como um cão, ao que ele respodia: Então, faço festa para quem me dá alguma coisa, rosno para quem me rejeita e cravo os dentes nos crápulas. Era sensacional esse Diógenes, as vezes gostaria de fazer o mesmo, mas deixa isso pra lá. Conta-se que Alexandre o grande, dizia que se não fosse general e rei queria ser como Diógenes por causa de sua sabedoria e por isso Alexandre resolveu visitar Diógenes em sua residência, ou melhor em seu barril, quando chegou lá caiu na besteira de perguntar para Diógenes o que ele queria que o rei lhe fizesse, ao que Diógenes olha para ele e sua gigantesca comitiva e responde, só quero que você saia da minha frente pois está atrapalhando o meu banho de sol. Sem palavras até para comentar isso, só posso dizer fenomenal.

Outra coisa interessante sobre o cínico Diógenes era o fato de que ele andava pelas ruas e praças de Atenas de dia e a noite com uma lanterna acesa na mão a procura de um "Homem Justo", acho que se este filósofo ainda fosse vivo ele ainda estaria procurando, kkkkkkkkkkkkkkkk, mas risos a parte, acho que a mensagem dos cínicos para nós é bem simples, para se viver uma vida boa não precisa de luxo, ostentação ou poder, mas o que se precisa mesmo é viver uma vida simples e pautada no fato de sempre sermos nós mesmos, seja qual for a situação, até mesmo quando um rei, general ou seja lá o que for, vier nos indagar ou oferecer algo ou alguma coisa, sejamos sempre nós mesmo e mantenhamos nossos princípios de humildade, honestidade, coragem, austeridade e fidelidade aos princípios morais e éticos que regem a sociedade.

Acho que na atual situação por que passa o nosso país, com tanto roubo, covardia e corrupção, faltou a estas quadrilhas de assaltantes do POVO,terem frequentado a Escola do cínico Diógenes, para aprenderem que para se viver bem basta um simples barril, uma túnica e uma bolsa a tiracolo. Já dizia também o velho filósofo Sócrates quando andava diariamente no mercado de Atenas e, apontava para os vários produtos supérfluos ali exposto e dizia: "Vejam de quantas coisas eu não preciso", são justamente essas coisas de que não precisamos as que mais nos atraem e que muitos levados por um sentimento de sempre obter vantagens sobre os demais, ou o que nós chamamos de "Jeitinho brasileiro", se degradam e perdem a dignidade e fazem o que está acontecendo infelizmente em nosso país, não se pode nem mais assistir um jornal, pois as notícias são sempre as mesmas. Devemos manter nossas vidas pautadas pelo sentimento de fazer o certo e não dá um jeitinho pra tudo, nunca é tarde para se fazer o certo, pois como diz o nosso Criador maior, Jesus Cristo, em sua regra áurea "Não faça aos outros o que você não quer que seja feito a você", talvez possamos ainda ter um mundo melhor, se passarmos a por em prática este ensinamento tão atual e marcante de Cristo. 


Vou me despedindo por aqui, deixando o resto da reflexão para os meus amigos e amigas fazerem, pensem nisso e tenham um excelente final de semana naquele que é o príncipe da Paz, Jesus Cristo, meu Deus e Deus meu.

terça-feira, 3 de março de 2015

Inadequações

Bom dia..................


Ontem estava eu tranqüilo e calmo assistindo no canal FOX, o desenho Os Simpson, quando em dado momento resolvi mudar de canal, pois o episódio seguinte eu já havia assistido, foi então que passei pelo canal POLISHOP, este canal quase que exclusivamente se reporta a venda de produtos os mais variáveis possíveis, neste momento estavam anunciando alguns produtos de Academia para uso em casa visando melhorar a condição física das pessoas, o anúncio dizia que se você não está satisfeito com seu corpo, se achando feia, cheia de culote, gorduras localizadas, etc e etc, chegou a hora de acabar com isso, compre o produto e/ou a máquina tal e tal...... e veja sua vida mudar.

Isso me deixou pensativo e logo percebi o quanto somos manipulados por uma idéia de perfeição corporal e beleza de aparência, a meu ver inexistente, e o pior sem nenhum objetivo concreto, apenas para poder vestir uma roupa mais confortável no verão, ao menos era o que dizia a propaganda. Primeiro desejo esclarecer que não sou contra exercícios físicos, muito pelo contrário, acho que todos devem praticar, a saúde agradece, no entanto, o que me reporto aqui é a esta busca exagerada do corpo perfeito e da beleza máxima, a custo de qualquer preço, inclusive da própria vida, isso pra mim só tem uma palavra, vaidade.

Nesta perspectiva lembrei-me de Michel Montaigne, quando ele fala sobre a questão da felicidade, ele aponta três inadequações que afligem o ser humano, e os deixa cada vez mais distantes dela, a primeira é a física, a segunda é o sentimento que experimentamos quando somos julgados e a terceira é a intelectual. Nessa altura necessário se faz esclarecer que Montaigne, quando jovem viveu seus dias em uma fazenda, coisa que lhe fez admirar muito os animais, a fora o fato do nosso filósofo se interessar muito pela doutrina do ceticismo, para Montaigne o fato de sermos seres pensantes mais nos atrapalha do que ajuda, exemplo “estando o filósofo Pirro em um navio, presa de violenta tempestade, aos que maior pavor evidenciavam mostrava ele um porco indiferente ao temporal, e os instava a tomá-lo como exemplo. Ousaremos pois sustentar que a razão, essa faculdade de que tanto nos orgulhamos, e em virtude da qual  nos consideramos donos e senhores dos demais seres, nos foi dada para objeto de tormento? De que nos serve entender as coisas se com isso nos tornamos mais covardes, se esse conhecimento nos tira o repouso e a tranqüilidade de que gozaríamos sem ele, se nos reduz a condição pior que a do porco de Pirros?....” Ensaio I, Montaigne, dito isso prossigamos, não desista continue lendo.

Montaigne afirmava que estamos cercados de modelos equivocados, os quais somos forçados a seguir mesmo sem querermos, porém estes modelos quase sempre não têm espaço para abarcar a natureza da maioria de nós, e isso faz com que odiemos a nós mesmos, por não nos encaixarmos em nenhum deles. Aqui é meu dever esclarecer que, qualquer semelhança com a nossa realidade é mera coincidência, kkkkkkkkkkkkkkkk.

Seguindo este modelo de beleza e perfeição corporal, que a nós em tempos hodiernos é nos empurrado goela abaixo, passamos a ter repulsa por nosso corpo, e o rejeitamos por ser gordo, disforme, bruto ou desajeitado, e em conseqüência disso desenvolvemos distúrbios alimentares, depressões, complexos sexuais e bloqueios de toda sorte imagináveis, nunca estamos felizes com nosso corpo devido a estes estereótipos inventados para pura e simples comercialização de produtos que prometem milagres em pouco tempo e que vendem uma falsa sensação de bem-estar corporal e estética, ai nos embrenhamos em academias, logradouros públicos, improvisamos verdadeiros laboratórios ginásticos e cosméticos a fim de aparentarmos uma imagem ao outro do que não somos verdadeiramente, ilusão, falsa aparência. Outros buscam meios mais fáceis, utilizam-se de softwares para tornarem-se uma coisa que não são, foto shop, acho que não preciso dizer mais nada.  Para resolver este tipo de demanda Montaigne nos passa uma receita até certo ponto simples demais, ele diz observe os animais, pois ao contrário de nós, a sabedoria animal, muitas vezes é maior que a nossa e cita que, os animais ficam sempre mais a vontade com os corpos deles, não tendo constrangimentos, vergonhas e pudores, coisas que possuímos até demais, a relação dos animais com o corpo é a mais natural possível. Assim devemos aceitar nosso corpo com uma pitada de humor, tão naturalmente como os animais o fazem. É uma idéia muito simples, mais quem disse que uma idéia precisa ser complexa para ser verdadeira, e que um texto filosófico só é bom quando se é difícil, quando a gente lê e não entende nada, pura fantasia, penso justamente ao contrário.

Como citei as outras duas inadequações no começo deste e-mail, prosseguirei escrevendo sobre elas, porém se você quiser parar por aqui, já me dou por satisfeito, pois entendo que já atingi o alvo proposto, mas em todo caso prossiga e não irá se arrepender. Então vamos, a segunda inadequação diz respeito ao sentimento experimentado quando somos julgados, sobre nossos atos, ações e costumes desaprovados pelos outros. Montaigne entende que cada nação, povo ou sociedade têm seus modelos do que é normal e aceitável, a exemplo de como se vestir, o que comer, como se conversar normalmente e outras tantas coisas mais, sendo que quem foge desses modelos, passa a ser alvo de julgamentos e preconceitos, é considerado esquisito e vira alvo de chacotas, brincadeiras de mau gosto, bullying ou quem sabe de coisas piores, exemplo disso existem aos montes, mas não vou citar nenhum, pois não quero me estender tanto, e acho que já me fiz entender, deixo porém a cada um este pensar. Solução para Montaigne: viajar, simples assim, viajar física ou mentalmente, pois viajando nos deparamos com a diversidade do mundo existente, culturas e povos são alcançados e assim poderemos ver que uma coisa que parece estranho e indiferente para uma cultura, pode ser considerada normal e agradável para outra, cada nação tem seus preconceitos, porém viajar nos faz relativizar os preconceitos, nesse sentido viajar para Montaigne não é só uma questão de ampliar os horizontes, mas de fazer ver e perceber como a mente do opressor é limitada e vazia, pois termos uma perspectiva mais ampla nos faz sermos cada dia da nossa vida seres humanos mais tolerantes, não só com o nosso semelhante, mas com relação a nós mesmos, porque se eu não me aceito como pessoas com as minhas virtudes e defeitos como vou aceitar meu semelhante? Por favor responda para você mesmo.

A terceira e última inadequação é a intelectual, esse sentimento de nos sentirmos inferiores aos outros por nos acharmos muitas vezes nem tão sagazes como deveríamos ser. No mundo de Montaigne inteligente era aquele que possuía um diploma universitário, o que para ele era uma tremenda sacanagem, me desculpem o termo, ele achava que a maioria dos graduados de sua época eram um monte de tapados e repetidores de teoria, quase iguais a alguns ditos inteligentes do nosso tempo, para Montaigne símbolos de inteligência, como diplomas, becas e outras coisa mais, não querem dizer muita coisa não, o tipo de inteligência que importava era a sabedoria, ele dizia que uma pessoa pode ser sábia sem jamais ter posto os pés em uma faculdade, bastando para isso ter humildade, modéstia e aceitar as próprias limitações, não só da mente como as físicas, o verdadeiro sábio não precisa saber de tudo sempre, nem tem que ter resposta para tudo, ele aceita que certas coisas estão além do seu alcance e controle e permanece no mundo atento a tudo que acontece a sua volta e aprende com as situações cotidianas que se lhes apresenta. No entanto, entenda Montaigne jamais disse que o estudo era inútil, porém constatou que muitos universitários não se tornam mais felizes ou mais sábios que as outras pessoas, pelo simples fato de possuírem um status de graduado, mestre ou doutor. Nada disso diz quem verdadeiramente somos, mais é o que vem de dentro de nós que diz, quem somos e para que viemos a este mundo.

Vou parar por aqui, já escrevi demais,  termino desejando aos meus amigos e amigas um excelente final de semana abençoado pelo Criador maior, JESUS CRISTO, que ama a todos sem distinção alguma.

Até breve.....................................................