Resumo
Existe uma Filosofia da Educação na Obra A Cidade do Sol, de Tommaso
Campanella? Este artigo tem por principal objetivo responder a esta pergunta e comprovar
a existência de um Sistema Educacional, sob a ótica da Filosofia da Educação. A
Cidade do Sol foi escrita em 1602, pelo filósofo calabrês Tommaso Campanella, partindo
da reflexão de obras utópicas, notadamente dos filósofos Platão e Thomas More e
suas respectivas obras: A República e Utopia. Tommaso Campanella, procura
desenvolver seus estudos até chegar a sua própria utopia, carregada a princípio
de um pensamento ainda que totalitário e monástico, mas que por sua vez, procura
descortinar novos horizontes ambientados por intermédio de suas críticas, bem
como de seus momentos proféticos, que condenavam os males sociais do seu tempo,
e de tempos ainda vindouros. A Cidade do Sol é projetada em camadas como um
edifício, construído de forma racional e geométrico, com leis e normas gerais
de condutas, que beiram ao absurdo, como a determinação aos seus cidadãos, do modo
de se vestirem, se alimentarem e até com quem se relacionarem para a
perpetuação das futuras gerações. Obra de caráter paradoxal expõe em si, muitos
pontos negativos, que levados ao pé da letra, pode-se dizer que foram sementes
para o totalitarismo e absolutismo, mas também de outros tantos positivos, entre
os quais o valor e a importância do trabalho manual, o incentivo e
desenvolvimento das ciências e da arte, a reforma dos sistemas penitenciários de
sua época, a intenção ainda que frágil do fim da escravidão, e a disseminação de
um sistema educacional obrigatório e igualitário, foco principal deste artigo. Além
disso, a leitura da obra proporciona espanto e admiração, quando ficamos
sabendo que os habitantes em plena era renascentista, são detentores de uma
tecnologia avançada que os permite reproduzir dentro de suas próprias casas
fenômenos meteorológicos como, os ventos, as chuvas, o trovão e até o arco-íris,
tendo descoberto também a arte de voar e, inclusive descobriram o segredo de
renovar a vida, de sete em sete anos e com meios suaves e portentosos, os quais
lhes permitem passar dos cem anos e não muito raros até os duzentos anos. Ainda
assim, a obra deve ser lida com cuidado e moderação, procurando fazer
exatamente o oposto do que o autor nos recomenda, a saber, a criação de um
estado totalitário e cheio de regras, quase de ordenanças divinas, que não
podiam ser desobedecidas e nem tampouco questionadas. O desafio aqui proposto, é
como afirma o adágio popular “dos males o menor”, ou seja, reter apenas o
aproveitável e praticável e, descartar o reprovável e impraticável, desta valiosa
obra, que superou o tempo, a prisão e a perseguição e chegou até nós.
Palavra-Chave:
A Cidade do Sol, Tommaso Campanella, Educação, Utopia, Ensino, Filosofia da
Educação.
INTRODUÇÃO
Trata o presente artigo da
existência de uma Filosofia da Educação desenvolvida na obra utópica do
filósofo e ex-religioso italiano, ainda pouco estudado na comunidade acadêmica,
Tommaso Campanella,
intitulada de A Cidade do Sol, redigida em 1602, a obra disserta sobre uma
cidade fictícia, imaginária e ao mesmo tempo utópica, explicada em seus por
menores por dois personagens que são o Grão-Mestre dos Hospitálarios
e outro um Almirante Genovês, onde os moradores vivem sob uma régia dominação de
um monarca supremo, auxiliado por três príncipes, que o ajudam a governar,
sempre em concordância com o monarca supremo.
Campanella viveu e
desenvolveu suas atividades literárias, poéticas e filosóficas, na transição do
século XVI para o século XVII, quando caia por terra o mundo medieval e
descortinavam-se os tempos modernos. Foi desse modo, um personagem tipicamente
do Renascimento, participou ativamente da passagem da cultura medieval
altamente introvertida, que seguia na linha do homem em direção a Deus e, da
cultura renascentista um tanto quanto extrovertida, que seguia na linha do
homem em direção a natureza.
Possuidor de um espírito
inconformista e inovador, Campanella pôs os pés na estrada do mundo ainda muito
cedo, logo aos vinte anos, passou por várias cidades da Itália, como Nápoles,
Roma, Florença, Bolonha e finalmente terminou seus dias na França, fugindo das
implacáveis e terríveis perseguições, que sofria constantemente, acusado de
heresias, e de ter os seus conhecimentos atribuídos a ação demoníaca, bem como
de ser um revolucionário inveterado. Lia os gregos nos originais,
principalmente Platão seu mestre preferido, com quem aprendeu muito das suas
convicções filosóficas.
No entanto, Campanella tinha
um mestre mais moderno, o filósofo Bernardino Telésio (1482-1534), filósofo da
natureza, considerado um dos introdutores dos métodos experimentais na
filosofia moderna e científica, conheceu Galileu e tentou incutir-lhe sua
filosofia da natureza. Mas Galileu preferiu permanecer em seus estudos
científicos, os quais já lhes davam bastantes cuidados frente ao espírito
reacionário da Inquisição.
Este artigo está divido em
dois principais tópicos, no primeiro momento apresentarei uma visão panorâmica
da cidade do sol, sua estrutura, forma de governo e estilo de vida de seus
habitantes, no segundo momento discorrerei sobre o sistema educacional dos habitantes
solares, onde procurarei demonstrar a existência de uma Filosofia da Educação, bem
planejada, organizada e estruturada em etapas educacionais, que proporcionam um
melhor aprendizado aos estudantes solares.
A obra é sem sombra de
dúvidas utópica e ao mesmo tempo mitológica, uma sociedade perfeita baseada na
convivência pacífica, onde todos são possuidores e conhecedores de seus direitos
e deveres e, buscam no ideal de amor a pátria em que vivem, uma fórmula para se
alcançar a felicidade de todos.
I – VISÃO PANORÂMICA
DA CIDADE DO SOL
Conforme relato do Almirante genovês, a
Cidade do Sol fica situada numa alta colina, elevada no centro de vastíssima
planície, dividida em sete círculos e designados com os nomes dos setes
planetas, que se comunicam entre si formando sete extensas e poderosas
muralhas, guarnecidas de vários tipos de defesas, a exemplo de torres, fossas e
máquinas guerreiras, que juntas tornam a Cidade do Sol, quase que
intransponível aos ataques de inimigos.
A cidade foi
construída de tal forma que, se alguém em combate, ganhasse o primeiro recinto,
precisaria do dobro das forças para superar o segundo, do triplo para o
terceiro, e, assim, num contínuo multiplicar de esforços e de trabalhos, para
transportar as seguintes. Por essa razão, quem se propusesse expugná-la
precisaria recomeçar sete vezes a empresa. Considero porém, humanamente
impossível conquistar sequer o primeiro recinto...]
A cidade é envolta em ares
de religiosidade a começar pelo lugar de destaque do suntuoso templo, erguido
no último círculo da muralha de cima para baixo, “No cume no monte,
encontra-se, então, uma espaçosa planície, em cujo centro se ergue um templo de
maravilhosa construção.”,
daí as autoridades designadas para o governo da cidade, que são em número de
quatro, serem chamadas constantemente de pontífices, vigários e sacerdotes,
sendo que o primeiro e principal deles, tem o nome na linguagem dos seus habitantes
de Hoh, também chamado de metafísico.
Hoh é regente firme e
absoluto da cidade, suas decisões não podem ser contestadas e onde propende sua
vontade os demais governantes se inclinam. “Esses três tratam de todas essas
coisas em colaboração com o metafísico, sem o qual nada se faz. E assim, a
república é governada por quatro, mas, em geral, onde propende a vontade do
metafísico, inclinam-se as dos outros.” Os demais governantes são chamados de Pon, Sin
e Mor, nomes que equivalem a Potência, Sapiência e Amor.
Seguirei agora, explicando
as atribuições de cada governante. O primeiro a Potência tem em seu governo
tudo que se relaciona com a paz e a guerra e, toda sorte da arte chamada
militar, comanda aos Magistrados Militares e o Exército solar, lhe compete
ainda a vigilância e guarda das munições, das fortificações, das construções e
tudo o mais que se relaciona a estas coisas.
O segundo governante a
Sapiência, tem como suas atribuições a direção das artes liberais, mecânicas, e
de todas as demais ciências, preside ainda os Magistrados, que para os solares
são os Astrólogos, Aritméticos, Geômetras e outros, os Doutores, bem como as Escolas
de Instruções.
O terceiro governante o
Amor, tem como primeira função a geração dos solares, garantindo uma união
amorosa entre indivíduos de tal maneira organizados que possam produzir uma excelente
prole. Ao Amor ainda compete a direção, da educação das crianças, a arte da
farmácia, a semeadura, a colheita dos cereais, das frutas, a agricultura, a
pecuária e a preparação das mesas, bem como dos alimentos.
A cidade idealizada por
Campanella vive uma vida filosófica, uma verdadeira comunidade onde tudo é
repartido e todas as coisas são postas em comum, inclusive as casas, os dormitórios,
os leitos e as mulheres, sendo que, de seis em seis meses os magistrados trocam
os habitantes dos lugares, evitando assim que se criem sentimentos de
propriedade.
Dizem eles que toda
espécie de propriedade tem sua origem e força na posse separada e individual
das casas, dos filhos, das mulheres. Isso produz o amor-próprio, e cada um
trata de enriquecer e aumentar os herdeiros, de maneira que, se é poderoso e
temido, defrauda o interesse público, e, se é fraco, se torna avarento,
intrigante e hipócrita. Ao contrário, perdido o amor-próprio, fica sempre o
amor da comunidade.
A procura e conquista do bem
comum é, pois o que assegura a felicidade na comunidade, assim é que, ao mesmo
tempo todos são ricos e pobres, são ricos porque tem tudo o que precisam e, são
pobres porque não possuem nada, de forma que ninguém pode apropriar-se da parte
que cabe ao outro, sendo que ao magistrado incube a função de regular a igual
distribuição entre todos, inclusive as tarefas cotidianas, os empregos e até as
fadigas, cada cidadão solar não trabalha mais de quatro horas por dia,
utilizando o restante do dia aos estudos, à leitura, às discussões científicas,
ao escrever, à conversação, aos passeios, em resumo a toda sorte de exercícios
agradáveis e úteis a mente e ao corpo. É compartilhando o seu modo de viver
comunitário e, selecionando as relações amorosas entre si, que os cidadãos
solares vivem uma vida plena e feliz, e alcançam longos anos de vida. “Em
geral, vivem cem anos, sendo que não poucos também duzentos.”
II – A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO NA CIDADE DO SOL
A educação na cidade
idealizada por Campanella se concretiza desde o início em função do trabalho,
sendo dada a todos, homens e mulheres, de forma igual e universal. “Todos, sem
distinção, são educados juntos em todas as artes.”.
Dois governantes são designados para gerenciarem a educação, Sapiência e o Amor,
que acredito ser uma divisão em educação básica e superior.
Vou agora defender a
afirmação acima, sobre a divisão da educação em básica e superior. Sendo o Amor
responsável pela geração selecionada dos habitantes solares, é ele que dá o
primeiro passo na direção da educação básica das crianças.
De acordo, com os
costumes dos antigos espartanos, tanto os homens como as mulheres aparecem nus
nos exercícios ginásticos, de forma que os preceptores têm a possibilidade de
descobrir os que são capazes ou incapazes para a geração, podendo determinar
ainda qual o homem mais conveniente a
determinada mulher, segundo as respectivas proporções corporais. A união
marital se realiza cada terceira noite e depois que os geradores estão bem
lavados. Uma mulher grande e bela se une a um homem robusto e apaixonado, uma
gorda a um magro, uma magra a um gordo, e assim, com sábio e vantajoso
cruzamento, moderam-se todos os excessos.
Após a concepção as
geratrizes amamentam e assistem os recém-nascidos em quartos comuns, por dois
ou mais anos, segundo as orientações do Metafísico, depois disso, as meninas
são entregues às mestras e os meninos aos mestres. Igualmente o filósofo Platão
em sua obra A República, para Campanella, também não existe o conceito de
família, as crianças passam após o período da amamentação a pertencerem ao
Estado e são educadas por ele.
Inicia-se assim, como uma
forma de diversão suas lições teóricas e práticas. “Começam, então, quase que
como um divertimento, a aprender o alfabeto, a explicar as pinturas, a
exercitar-se na corrida, na luta, e depois a estudar as histórias expostas
pelas pinturas e as diferentes línguas.”
Isso se dá aos alunos até a idade de seis anos, onde todos são obrigados a
vestirem uma elegante roupa multicolorida. Após essa idade, iniciam os estudos
das ciências naturais, e conforme julgam os mestres e mestras, outras ciências
são introduzidas e, por fim são apresentados as ciências mecânicas.
Essa educação inicial dada
pelo governante Amor estende-se até a idade de vinte e um anos, quando todos ainda
são considerados filhos, após essa idade são chamados de pais e passam a
receber uma educação superior, agora, gerenciada pelo governante Sapiência. “Todos
os contemporâneos se chamam irmãos, adquirem o nome de pais depois da idade de
vinte e um anos, e, antes dessa idade, dizem-se filhos...”,
lembrando ainda que, a educação solar mostra-se solícita ao sistema ensino e
trabalho e que antes de chegarem a maioridade os alunos aprendem e trabalham,
“...mas o serviço das mesas competem aos meninos, bem como as meninas que ainda
não completaram vinte anos.”
Agora defenderei a educação
dada pelo governante Sapiência, como uma educação superior. A princípio está
educação começa quando os solares adentram a maioridade, conforme explicado no
parágrafo anterior, e passam a freqüentar a Escola de Instrução, nessas escolas
são formados os mais diversos mestres, que futuramente serão chamados de
magistrados e, desempenharão funções de Astrólogos, Cosmográfos, Aritméticos,
Geômetras, Históriografos, Poetas, Lógicos, Retóricos, Gramáticos, Médicos,
Fisiólogos, Políticos, Moralistas e tantos outros.
Na Escola de Instrução, os
alunos só podem ler um único livro chamado de Saber, que contém toda a ciência
que precisam conhecer. “...havendo para eles um único livro chamado Saber, no
qual, com maravilhosa concisão e clareza, estão inscritas todas as ciências.”.
Campanella nos faz entender que esta educação superior, não permite descanso
algum aos seus alunos, antes de se tornarem doutores. Pois todos igualmente têm
que aprender o ofício do trabalho. “Antes de se tornarem doutores, não lhes é
concedido repouso algum: depois do estudo, vão para o campo, onde se exercitam
em corrida, arco, lança, arcabuz, caça, ou em Botânica, Mineralogia,
Agricultura, Pecuária.”
Em ambas as fases da
educação solar, tanto a básica como a superior, não existem salas de aulas, os
alunos aprendem sempre com seus mestres ao ar livre e passeando nos átrios e
muralhas da cidade as quais possuem gravuras em toda a sua extensão, dessa
forma as crianças aprendem as ciências se divertindo. “Há professores que
explicam essas gravuras, habituando as crianças com menos de dez anos a
aprender sem fadiga,
como uma espécie de divertimento, todas as ciências, mas tudo pelo método
histórico.” Já na fase da educação superior, os solares se dedicam inteiramente
aos estudos e aulas de campo, pois todos sem exceção têm que aprender as artes
militares, agricultura e pecuária. “...eles tem em comum a arte, militar,a
agricultura, e a pecuária...de forma que quem exerce maior número é considerado
possuidor de maior nobreza,e quem chegou a maior nobreza e a maior perfeição em
alguma delas, é eleito mestre.”
A Filosofia como ramo do
conhecimento científico, possui várias ramificações, como Filosofia do Direito,
Filosofia da Arte, Filosofia da História e outras mais. O artigo em questão estuda
a obra A Cidade do Sol, sob o prisma da Filosofia da Educação, que é o ramo da
filosofia que se propõe a pensar e refletir sobre as maneiras e processo pedagógicos,
utilizados no ensino aprendizagem dos estudantes.
Campanella desenvolveu sua
obra filosófica, abordando uma cidade perfeita, com um ideal de vida senão o
melhor, mas o mais viável para se alcançar a felicidade no mundo existente, no
mundo real e verdadeiro, ou não é assim que pensam os que se propõem a
apresentar novas leis, que consideram boas e perfeitas, para as pessoas
seguirem, pois não se imagina que todos a seguirão, mas sim que, quem as
observa tornar-se-ão pessoas melhores e mais felizes.
Posto que seja assim, Campanella
apresenta uma estrutura complexa e detalhada da Cidade do Sol, pois não era seu
objetivo se aprofundar em um assunto somente, mas apresentá-la como um todo
planejado, mas não tão bem organizado. Por isso, se faz necessário extrair de
seu pensamento a sua Filosofia da Educação, que como vimos é um sistema
educacional extenso que dura quase que a vida toda, dividido entre dois, dos
seus três príncipes regentes, Sapiência e Amor, que como forma de aprimorar
ainda mais a educação, penso que a subdividiram em duas etapas, que chamo de educação
básica e superior, cada uma com seu método próprio e processo pedagógico
diferentes entre si, mas com o mesmo objetivo, ou seja, uma educação para a
vida, para a tarefa, para o trabalho.
Devemos ter sempre em mente
que, para Campanella uma cidade só alcançará a perfeição, quando seus
habitantes renunciarem a causa própria, a qual ele chama de amor-próprio e,
aumentarem o amor pelo interesse público, que ele chama de amor da comunidade.
Para Campanella, a educação serve como ponte, onde de um lado está o
particular, o indivíduo, o amor-próprio, e do outro lado, o universal, o
público, o amor pela comunidade, portanto, todos os habitantes solares são
obrigados por intermédio da educação a atravessarem a ponte e tornarem-se
cidadãos felizes e satisfeitos consigo mesmo e com a comunidade a quem
pertencem.
Dessa forma, entendo que a
Filosofia da Educação na Cidade do Sol, de Tommaso Campanella, existe e, é
baseada em função do trabalho, uma educação de utilidade, onde todos de uma
forma ou de outra, deverão contribuir para o bem comum da cidade, onde tudo é
de todos e, ao mesmo tempo nada é de ninguém, pois tudo pertence à comunidade. Penso
que esta educação solar difere em muito de nosso modelo de educação moderna
brasileira, por duas razões que julgo principais, primeira falta de
oportunidades iguais no processo de ensino aprendizagem, onde podemos observar
claramente, que nem todos têm o direito de estudar, de aprender, pois o Estado
brasileiro não cumpre com sua obrigação de garantir estudo a todos e quando
garante muitas vezes é um ensino de padrões baixo, por isso a proliferação
constante de mais e mais Escolas particulares por todo o País. A segunda razão
é o estímulo ao egocêntrico, onde os alunos desde a mais tenra idade são
convencionados ao individualismo, egoísmo puro, não compartilham nada e estudam
apenas para o seu benefício próprio, ou seja, estudam para crescerem como
pessoas particulares e não como cidadãos inseridos em uma comunidade e,
responsáveis pela felicidade de todos.
A Cidade do Sol é uma cidade
projetada para a perfeição, um verdadeiro sonho a ser sonhado, talvez esteja distante
de nossa realidade moderna, mas que, a idéia do sol, seja que os seus raios
iluminam a todos sem distinção alguma, ou acepção de pessoa. Penso que este
seja o legado de Campanella para as gerações futuras, uma cidade onde todos
possam ser alcançados pelos raios dos direitos e deveres e, assim possam viver
felizes e alegres, como o Sol que a todos ilumina.
CAMPANELLA, Tommaso, A Cidade do Sol. Trad. Aristides Lobo, Editora Edições de Ouro, Rio de Janeiro, 1978.
PLATÃO. A República. Coleção Obra-Prima de
Cada Autor. Editora Martin Claret, 2ª Edição, São Paulo, 2008.
MORE, Thomas. A Utopia. Coleção Os
Pensadores, Editora Nova Cultural. São Paulo, 1997.
MONTEIRO, Regina Maria Carpentieri. Dissertação:
A Filosofia do Direito em a Cidade do Sol, de Tommaso Campanella, 2013.
Notas e Citações