quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Boa tarde pessoal, segue um pequeno texto que conclui agora na hora do almoço, na verdade um breve devaneio reflexivo, saudade de rabiscar um texto. O Povo Existe uma fábula contada pelo filósofo Arthur Schopenhauer, cuja ilustração tem como atores principais os porcos espinhos, certa vez, nos conta o filósofo que porcos espinhos andavam perambulando pela neve a tremer de frio no rigoroso inverno que se sucedia, no que, para não congelarem os porcos espinhos se juntavam formando um só ser, essa situação fazia com os porcos espinhos se ferissem com os espinhos tão próximos que estavam uns dos outros, assim, em meio a dor logo se afastavam, no entanto, ao se afastarem, novamente logo sentiam o frio congelante, no que, de pronto, se juntavam novamente em um ciclo sem fim de dor e satisfação. Essa fábula foi usada por Schopenhauer, para falar a respeito das dificuldades de convívio entre os seres humanos, no entanto, quero aqui usa-la em outro sentido. Em meus pensamentos pelos caminhos da minha mente gosto de refletir sobre coisas simples e comuns, imagino várias situações, isso se dá, geralmente quando se aproxima fatos e datas importantes, nesse sentido, ao aproximar-se o grande dia da festa da democracia brasileira, penso novamente no que sempre acontece antes, uma enxurrada de discursos e promessas jogadas ao povo como um pescador que lança ao mar o seu anzol e a sua rede na tentativa de pescar o maior número possível de peixes e crustáceos, assim, acontece nos dias anteriores a festa da democracia brasileira, novamente mais discursos e falatórios intermináveis na tentativa de fazer algo antigo em algo novo, verdadeiras propostas múmias, isso mesmo que você está pensando, uma múmia é um ser que está morto, mas que continua preservado em sua forma física, não tem mais vida, apenas representa um Ser-Que-Já-Foi-Mas-Que-Não-É-Mais, está ali com sentido representativo de uma glória que não mais existe, uma lembrança, que, de quando em quando é visitada, assim são os discursos anteriores a festa da democracia brasileira. E o que o povo tem a ver com isso? Digo que, ao povo cabe continuar caminhado nessa jornada de sobrevivência, pois o sistema obriga-o a isso, ou não é verdade que o sentimento de opressão consome o mundo em que vivemos, onde os mais pobres são sempre sacrificados em favor dos mais ricos, e que as formas de justiça quase sempre existentes são universalmente estabelecidas para conservar e perpetuar a injustiça, se isso soar como mentira aconselho a parar de ler agora, pois de fato, não acharás interessante o que vem abaixo, de modo que, sem saída aparente o melhor que têm de fazer é acreditar e, continuar acreditando que as coisas um dia possam melhorar, caso contrário teriam que viver sem sentimentos e morrer sem ter vivido, resta agarra-se a um Propósito/Meta em Si Mesmo. Por isso, a fábula do porco espinho me parece utilizável aqui, pois diante desse ciclo onde longe o povo congela e morrer, perto o povo fica ferido, machucado e dolorido, só se repete porque de certa forma e, ainda que inconsciente existe um propósito/meta embutido no povo, um propósito de dias melhores, ou seja, Felicidade e, isso de forma não utópica, mas verdadeira e pura, o povo quer viver em paz e segurança, com saúde, educação e moradia, não quer ferir seu semelhante mas nem por isso quer se ferir, não é porque o povo “parece” que não luta, que ele não é lutador, o desencanto do povo pelas promessas múmias é cada vez mais latente e evidente, pois as promessas múmias não se renovam apenas se reparam/mantêm a cada ano que se passa, já não causam tanto efeito como antes, pois esse “ainda não” das promessas múmias assemelham-se a um outro lugar de qualquer lugar ou ainda de qualquer momento de um outro momento que nunca chega, não faz sentido algum, esperar por um futuro ainda não alcançado e que nunca chegou, chega ou chegará. Não se enganem os espertos que pensam que ao atingirem o auge da grandeza/poder lançam fora a escada pela qual subiram na intenção de impedir os demais de subirem também, o povo está despertando, a escada logo estará de volta ao lugar da subida, a mudança tão esperada pelo povo está chegando, é inevitável, a vontade comunitária já se exacerba frente as dificuldades que lhe são impostas, o que quer que possa ser feito deve ser feito, e será feito, o inconsciente coletivo que o diga, todo poder emana do Povo e para o Povo.

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